“É
errando que se aprende.” A despeito de toda a verdade desta sentença, o errante
geralmente está ferido demais para colher o aprendizado - o que é muito compreensível,
pois é preciso lamentar o erro e assimilar o golpe antes de aprender a lição.
Passado
o lamento e assimilado o golpe, é hora de rever os pontos e aprender. Pois de
fato é errando que se aprende. Contudo, a verdade mais profunda desta sentença está
nas entrelinhas: mais vale a tentativa
do que o resultado.
Ninguém
nasce sabendo falar, é preciso tentar. Ninguém nasce sabendo andar, é preciso
tentar. Como em praticamente tudo, as primeiras tentativas de fazer algo que
não sabemos são frustradas, marcadas pelo erro. Mas não tem problema, é errando
que se aprende: se tentarmos mais, certamente faremos melhor no futuro.
Trata-se
de um elogio à tentativa. Elogio
verdadeiro e necessário, pois estamos todos vivendo pela primeira vez e
precisamos tentar.
Mais
importante do que um bebê pronunciar a palavra “mamãe” corretamente, é tentar.
É a tentativa que derrete o coração da mãe, não o acerto. E por força da
metáfora acredito que com Deus, em relação a nós, acontece o mesmo. O coração
de Deus não se derrete com palavras pronunciadas corretamente, mas ao ver seus
filhos e filhas tentando falar.
Precisamos
aprender que errar não tem tanto problema assim, pois é próprio da nossa
condição imperfeita e limitada. E que acertar também não é tão importante
assim, é apenas um risco que aceitamos correr quando as chances de sucesso
ainda não passavam de cinquenta por cento. A verdadeira virtude é tentar.
A
contradição entre errar e acertar é uma tensão permanente, porque estamos em
processo de formação. Ninguém nasce pronto, somos seres em devir. Somos produto
do futuro.
Todos
nós teremos vidas marcadas por erros e por acertos, desde que façamos tentativas. Parar de tentar constitui o
verdadeiro problema, pois quem não tenta certamente não erra, tampouco acerta,
e definitivamente não vive.
Quem
tenta tem história para contar. Quem tenta tem erros para lamentar e acertos
para se alegrar. Quem não tenta nem história tem, quanto mais erros ou acertos.
Não
somos definidos por nossos erros, nem por nossos acertos. Somos definidos pelas
tentativas que fazemos ao longo da vida. São elas que verdadeiramente revelam
quem somos.
Lucas Lujan
Penso mesmo que o que você fala no púlpito está diretamente relacionado com tudo o que você escreve aqui. Não diferencio. O pregador e o escritor são a mesma pessoa. E é exatamente por isso que curti demais ter lido esse texto, em específico. No meio evangélico se evita falar a respeito da importância das tentativas, porque isso pode abrir margem para que pessoas gozem desse direito sem sabedoria e com má fé. O resultado disso? Jovens frágeis. A superproteção que impede a criança de se machucar, é a mesma que sufoca a criança de viver. E experimentar a dor, a alegria, o suor e o sabor da vitória.
ResponderExcluirO texto deixou bem claro que a questão não é "se você escolher tal caminho, você vai sofrer consequências". A questão é: escolha um caminho. Ponto. Lide com as consequências do mesmo. Ponto. Mas viva.
Oi, Elenita. Obrigado pelo comentário, somou muito ao texto.
ResponderExcluirAcho que tem razão. Não adianta encurtar os limites para tentar evitar os erros. É preciso aprender a viver com os limites ampliados, mesmo que isso custe algumas cicatrizes.
Um abraço!