Acordou,
mas sua alma continuou dormindo. Seus olhos estavam abertos, mas sem nenhum
brilho. A alma adormecida apaga o semblante, reparou. Seu corpo levantou da cama,
mas ele continuou deitado. Olhou pra trás e despediu-se de si.
Na
cama a culpa, fracasso, vergonha, saudade e dor. Entendeu sua alma, era peso
demais para despertar. Melhor dormir. No corpo levou apenas a obrigação de
trabalhar. Pegou um trem lotado, mas sentiu solidão. É possível senti-la mesmo
quando estamos rodeados de gente. Afinal solidão não é a falta de pessoas, é a
falta de quem se ama.
Nenhuma
planta crescia. Nenhuma flor desabrochava. Viu pela primeira vez um arco-íris
preto e branco. Pela primeira vez ouviu músicas de uma só nota. Cheiro de
cinzas, gosto de pó. Sentiu-se inadequado para tudo.
Descendo
pela rua do escritório passou por uma senhora simpática que distribuía jornais.
Perguntou: “- Quer um, filho?”, ele respondeu negativamente acenando com a
cabeça. Ela replicou, depois de olhar dentro de seus olhos pálidos: “- Tudo bem,
as notícias de amanhã serão melhores”. E sorriu para ele, que sentiu um calor
no peito.
Desejou
que a senhora estivesse certa. E como se entendesse a sua sede, ela completou cuidadosamente: “–
Tem dia que é noite, mas nenhuma noite é tão longa que não encontre o dia
novamente. Quando amanhecer, siga em frente. Caminhe, porque quem não caminha
não faz trilha e sem uma não há para onde ir, nem para onde voltar. Mas saiba
que tão importante quanto seguir em frente é cuidar da qualidade dos próximos
passos. Gaste suas energias na construção de quem quer ser”.
Saiu
transformado daquele encontro. Percebeu que no dia em que a alegria não é
possível, resta a esperança pela próxima manhã. Descobriu que felicidade é engravidar
do futuro e gestá-lo com esperança.
Fim do
expediente. Todo fim de tarde anuncia que um novo dia está nascendo. É quase
sempre assim: o fim é prelúdio de um novo começo.
Não é
possível mudar o caminho que se fez até aqui, mas é possível escolher por qual
continuar, concluiu. Deixou de amargurar o passado e sonhou com o amanhã.
Soube que mais importante do que ele foi, é o que ele poderia vir a ser.
Chegou
em casa e reencontrou-se consigo, desperto. Sua roupa manchada com tinta roxa,
azul, vermelha, laranja e amarela. Sorriso de sol. Estava pintando a alvorada.
Lucas
Lujan
Gostei, Lucas! Abço
ResponderExcluirOpa! Vindo de você é pra me orgulhar.
ExcluirAbraço, Cesão.
Lindas palavras!
ResponderExcluir:)
ExcluirObrigado, Rafa!
Lindas palavras, eu acredito num novo amanhecer! =)
ResponderExcluirObrigado, Carol!
ExcluirEu acredito também.
Beijo
Lindo mano!
ResponderExcluirValeu!
Excluir:)
ResponderExcluirCoruja.
Lucas,
ResponderExcluirAcreditemos em um novo amanhecer, numa nova construção, em um novo ser, na esperança....Obrigado pelas palavras. Vamos nessa rapaz, vamos lá primo!!!
Vamos, primo. Vamos nessa.
ExcluirLindo texto! Inspirador e renovador... Parabéns, Lucas!! Abraço
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Não é possível mudar o caminho que se fez até aqui, mas é possível escolher por qual continuar, concluiu. Deixou de amargurar o passado e sonhou com o amanhã. Soube que mais importante do que ele foi, é o que ele poderia vir a ser."
ResponderExcluirMensagem impactante... Que Deus te abençoe e continue inspirando os teus dias!